Projéteis: desempenho balístico,...

Armas de Fogo Munição CBC 02 de setembro de 2020

Projéteis: desempenho balístico, tipos e usos

O desempenho balístico de uma munição está associado à sua carga propelente (tipo e quantidade de pólvora), tipo e peso do projétil, comprimento do cano da arma, massa do projétil e o seu formato. Nas munições de armas curtas e submetralhadoras, o principal efeito balístico é causado pela energia cinética que o projétil transfere sobre o alvo. Nas munições de fuzis e metralhadoras, os projéteis são desenvolvidos para otimizar os efeitos balísticos, como perfurar blindagem, fragmentar, indicar pontaria e provocar incêndios, por exemplo. A queima da pólvora impulsiona o projétil, que pode apresentar diferentes velocidades, alcances e capacidade de penetração nos alvos.

Veja abaixo algumas classificações de projéteis:

Projéteis de Chumbo
Constituídos exclusivamente com ligas de chumbo, destinados aos mais diversos usos, inclusive para treinamento policial, pois preservam o raiamento das armas e tem custo baixo.

Projéteis Encamisados
O núcleo, de chumbo, fica revestido pelo que se chama de jaqueta ou camisa.
A camisa, normalmente fabricada com ligas metálicas, facilita a alimentação na câmara e proporciona maior velocidade ao projétil pois evita o acúmulo de resíduos de chumbo no raiamento no cano, reduzindo também as chances de “engasgues”.
Estes projéteis têm maior capacidade de perfuração e transfixação e é o tipo de projétil padrão para uso em pistolas semiautomáticas.

Projéteis Semi-Encamisados
A ponta do projétil é em chumbo e o restante do corpo é coberto com latão, assim, com a deformação natural do chumbo, ele rasga a camisa de latão e causa mais lacerações no alvo, por isso, são mais destinados à caça.

CHOG (Ogival): geralmente utilizado nas munições de revólver, é um projétil comum para uso geral.

CHPP (Ogival Ponta-Plana): bastante utilizado no tiro prático (IPSC) por causar menor número de “engasgos” com a pistola, mas também é de uso geral.

CHCV (Canto-vivo): utilizado para tiro de precisão/tiro ao alvo, pois perfura o alvo de forma nítida. Tem carga de pólvora reduzida, sendo um projétil de baixa velocidade, porém, o formato dele faz com que tenha uma trajetória precisa.

CSCV (Semi Canto-Vivo): pode ser utilizado tanto no tiro esportivo quanto na defesa, devido à sua aerodinâmica, tem maior velocidade que o canto-vivo e mantém o poder traumático das munições de grande área frontal.

ETOG (Ogival Encamisado): muito utilizado para pistolas, é uma boa opção contra alvos protegidos, por ter excelente penetração.

ETPP (Encamisado ponta plana): penetrante e não-expansivo, mantém o poder traumático das munições de grande área frontal.

EXPP (Expansivo ponta plana): projétil expansivo com penetração superior ao EXPO.

EXPO (Encamisado Ponta Oca / Hollow Point): uma das munições de defesa mais usadas atualmente em revólveres e pistolas, tem uma cavidade na ponta do projétil que provoca sua expansão quando atinge corpos hídricos. Tem ótimo balanceamento entre a carga propelente, o peso e o desenho do projétil, para maximizar os efeitos de deformação/expansão e transferência de energia sobre o alvo, causando mais destruição nos tecidos, tendo um alto poder de parada, mesmo de maneira indireta, sendo útil inclusive contra anteparos.

40 S&W ou 9mm Luger (Frangíveis): ogivais ou hollow points, produzidos a partir da prensagem de materiais granulados, que mantém a forma do projétil durante o disparo mas se desintegram quando sofrem o primeiro impacto. Geralmente têm pontas leves e de alta velocidade, não ricocheteiam e nem transfixam o alvo, por isso, são utilizados por forças policiais e militares.